Sobre

O LabOCA, Laboratório de Computação e Artes, é um projeto de imersão e experimento em arte digital com o objetivo de ensinar e pesquisar sobre o uso da computação para fins artísticos. O projeto, concebido por Jarbas Jácome, Jeraman e Ricardo Brazileiro, propicia o desenvolvimento de laboratórios nômades e tem como foco promover a tecnologia como linguagem criativa e como processo de desenvolvimento artístico.

Apesar da atual supervalorização das tecnologias digitais na arte assim como em vários campos da atividade humana, o domínio do repertório de técnicas da ciência da computação como linguagens de programação para desenvolvimento de software e hardware é absolutamente restrito a uma pequena elite de especialistas. Isto causa uma mitificação e até “idolatria” da figura do programador.

No início da computação pessoal, qualquer pessoa que adquirisse um computador naturalmente aprendia a programar em alguma linguagem para usufruir do mesmo, independentemente de sua atividade, fosse médico, artista ou estudante. Esta cultura foi substituída pela cultura da interface de janelas e botões que por um lado foi importante para facilitar o dia a dia das pessoas mas por outro tornou-as ignorantes do potencial do computador.

Agora, novas tecnologias de hardware e software estão sendo criadas por programadores/artistas com o objetivo de facilitar a entrada de pessoas não-especialistas, principalmente outros artistas, no universo da programação.

Estas novas tecnologias são as que utilizamos no LaboCA. Ao final de cada edição, tem-se como resultado objetos de arte de natureza computacional, isto é, softwares e/ou hardwares, produzidos coletivamente pelos participantes que simbolizam essa aproximação do fazer nas artes digitais.

A metodologia do LaboCA se baseia nos seguintes pilares:

Subversão da relação professor-aluno

Reverter a imagem tradicional existente da relação professor-aluno, na qual cabe ao primeiro o papel de “despejar” um conhecimento já pronto na cabeça dos alunos, sem muitas vezes levar em conta suas especificidades, talentos e preferências. Dessa forma, o LaboCA traz consigo um discurso horizontal, conduzido (mas não imposto) pela figura do facilitador, responsável por conduzir os rumos da edição do laboratório. Dessa forma, cada edição acaba sendo uma experiência única, na qual muitas vezes o programa do curso acaba emergindo da vontade e do interesse dos participantes .

Minimizando a teoria & Maximizando a prática

Tentar abordar apenas o necessário para compreensão do fundamental teórico, de modo que a coisa toda não fique muito cansativa (vários conceitos e pouca prática). O objetivo é simplificar para os novatos, estimulando-os a aprenderem novos conceitos de acordo com a sua motivação, a medida que forem avançando nos seus estudo. Aliado a isso, optou-se por uma abordagem de ensino orientada a projetos, na qual os alunos aplicam o conhecimento adquirido a medida que vão aprendendo, através da “mão-na-massa”;

Conceito de módulos

Trabalhar com o conceito de módulos simples, já prontos, de modo que os participantes possam utilizá-los para construir seus projetos sem entender inicialmente os detalhes internos de cada módulo. O objetivo é ampliar as possibilidades dos projetos finais dos participantes, além de permitir que, a medida em que os estudos forem avançando, abra-se o código de cada módulo e aprenda-se como ele foi construído, auxiliando nos estudos.